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Conexões Humanas e Saúde Mental

Terapia: nem conversa comum, nem conselho

03/09/2025




Entenda por que a psicoterapia vem ganhando lugar na vida de muitas pessoas e como ela também pode te ajudar

Nos últimos anos, a terapia passou a ocupar um espaço cada vez maior na vida cotidiana moderna. É fato que estamos expostas(os) a muitas transformações sociais e a níveis de estresse sem precedentes, o que tem levado mais gente a buscar ajuda terapêutica. Esse crescimento, porém, também se deve ao reconhecimento de que é possível lidar com dores profundas, desejos variados e a complexidade da vida psíquica — aspectos que antes não faziam parte das considerações habituais da existência.

Mas, afinal, o que acontece em uma sessão de terapia? E por que fazer terapia não é a mesma coisa que conversar com um amigo ou receber um conselho bem-intencionado?

Nem bate-papo, nem aconselhamento

Muitas vezes, quem nunca fez terapia imagina que ela se resume a contar problemas para alguém que escuta e devolve orientações, um pouco como conversar com um amigo próximo. Mas a psicoterapia não é nem bate-papo informal nem aconselhamento. O que acontece no consultório se apoia em recursos muito particulares, que permitem à pessoa compreender melhor a si mesma, encontrar novos caminhos diante de suas questões pessoais e sustentar, ao longo do tempo, as mudanças que deseja realizar.

Um espaço seguro e especializado

O consultório é também um espaço protegido, com regras claras de sigilo e acolhimento, onde não há julgamento nem expectativa de agradar. Ali, a pessoa pode falar de suas dores, conflitos e até de aspectos de si que não mostraria em outro lugar. O psicólogo jamais se pauta em regras sobre o que “deveria” fazer bem a alguém. Ao contrário, o processo se apoia justamente em descobrir os anseios particulares de cada indivíduo, o que está mais alinhado com sua experiência de vida e também quais obstáculos se interpõem no caminho de realização pessoal.

O que pode acontecer numa sessão

Cada linha terapêutica tem suas particularidades algumas trabalham mais com a fala e a reflexão, outras com o corpo, os sonhos, as relações familiares ou a forma de pensar e agir. Mas em todas há um ponto em comum, que é a oportunidade de olhar para dentro de si e, com apoio, ampliar a consciência e o autoconhecimento. Isso pode significar identificar padrões que se repetem, medos, memórias e crenças que limitam e distorcem as experiências e possibilidades, compreender a origem de certos sintomas, ressignificar vivências passadas ou simplesmente ter um espaço para elaborar emoções que, fora dali, ficariam sufocadas.

Por que nem tudo que faz bem é terapia

Mesmo que existam inúmeras coisas que nos façam bem, como a arte, a natureza, boas interações sociais, viagens e que tenhamos a sensação de renovação ao experimentá-las, elas não são terapia, já que não oferecem o espaço contínuo, intencional e orientado para olhar nossas questões mais profundas.


Também nossas(os) amigas(os) e outras pessoas próximas, por mais bem intencionadas e perspicazes que possam ser, como têm um envolvimento emocional conosco, o olhar que podem nos oferecer inevitavelmente é parcial e tendencioso. Além disso, não é simples acessar aspectos inconscientes, tampouco compreender estados de confusão e sofrimento mais profundos. Portanto, embora as conversas, trocas e a convivência com nossos pares sejam fundamentais para a saúde mental, elas também não são terapia.

O que ainda precisa ser compreendido

Outro tabu que ainda impede que mais gente experimente os benefícios da psicoterapia é a ideia de que ela seria indicada apenas para pessoas “fracas”, que não dão conta de seus problemas sozinhas, ou para quem tem distúrbios mais sérios. Aqui aparece o forte preconceito em relação às emoções, à subjetividade e ao psiquismo, ainda tão presente em uma sociedade materialista que enxerga esse aspecto fundamental da vida humana como algo menor.

De toda forma, é urgente compreender que terapia não é para “quem não conta da vida”. Na verdade, entrar em contato com a própria história e suas feridas requer uma boa dose de coragem. Mas esse contato se torna inevitável se queremos transformar o modo como nos relacionamos conosco, com o mundo e com as pessoas à nossa volta. Engavetar o passado ou seguir sem olhar para trás pode parecer uma promessa satisfatória, mas cedo ou tarde mostra seus limites. É como um alimento que se estraga na geladeira: inevitavelmente produz efeitos, que se tornam perceptíveis e danosos.

Abrindo espaço para você

Mergulhar nesse processo para dentro de si não traz respostas mágicas nem instantâneas, mas faz grande diferença tanto para atravessar momentos difíceis quanto para fortalecer a capacidade de lidar com a vida de forma mais consciente e integrada. Talvez seja por isso que felizmente cada vez mais pessoas têm encontrado na terapia um caminho de crescimento, saúde e renovação.

Quem sabe esse processo possa se revelar — ou já esteja se revelando — também para você como um espaço para construir sentidos e apoiar transformações importantes na sua vida. Mesmo com o apoio profissional, é importante dizer que desde a decisão inicial, assim como em toda e qualquer etapa desse percurso, o protagonista sempre será você. Como um artista que constrói passo a passo sua obra, essa pode ser uma experiência autoral extraordinária no curso da própria vida.


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Iana Ferreira

Apaixonada pelos mistérios da psique e do autoconhecimento, com formação em musicoterapia pela Faculdade Paulista de Artes e em psicologia pela Universidade de São Paulo, USP.
"A palavra, escrita ou falada, também é para mim um grande instrumento e paixão – por tudo que revela e que invariavelmente consegue ocultar."

Site: entretexto.com

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