16/06/2025
O aumento dos casos de violência, como assaltos, furtos e sequestros-relâmpago em diversas regiões do país, inclusive em áreas que antes eram consideradas mais tranquilas, tem gerado um clima de tensão constante. Esse cenário impacta diretamente a saúde mental da população, gerando ansiedade, medo, pânico e sensação de impotência. Diante disso, é fundamental pensarmos em estratégias para cuidar da nossa saúde emocional sem negligenciar os cuidados com a segurança. Abaixo algumas dicas para equilibrar esses pontos:
1. A violência como fator de estresse crônico
O medo constante de ser vítima de violência pode gerar um estado de alerta permanente. Esse estado, quando prolongado, desencadeia sintomas como insônia, irritabilidade, ansiedade, estafa mental e até depressão. Viver com medo compromete nossa qualidade de vida, afeta relacionamentos e interfere no rendimento profissional e acadêmico.
2. Informar-se sem se intoxicar
Estar informado é importante, mas o excesso de notícias sobre violência pode gerar sensação de pânico e paralisia. Evite o consumo exagerado de conteúdos alarmistas, especialmente programas focados em tragédias, e priorize fontes confiáveis. Estabeleça horários específicos para se atualizar e evite fazer isso antes de dormir.
3. Medidas práticas de autoproteção
Adotar medidas de segurança no dia a dia pode diminuir a sensação de vulnerabilidade:
• Mantenha atenção redobrada em deslocamentos, especialmente à noite.
• Evite rotinas previsíveis.
• Em caso de abordagem, priorize a integridade física.
• Invista em equipamentos de segurança, como aplicativos de localização, câmeras, alarmes.
Essas atitudes ajudam não apenas a se proteger, mas também a recuperar parte do controle sobre o próprio cotidiano.
4. Acolher o medo sem deixar que ele paralise
É natural sentir medo. Ele é uma resposta do corpo diante do perigo. Mas quando esse medo se transforma em pânico constante, é hora de buscar ajuda. Psicoterapia é uma aliada fundamental para ressignificar experiências, desenvolver estratégias de enfrentamento e fortalecer a resiliência emocional.
5. Fortalecer os vínculos e a rede de apoio
Compartilhar experiências e sentimentos com pessoas de confiança ajuda a aliviar a sobrecarga emocional. Ter com quem contar em momentos difíceis pode fazer toda a diferença. Grupos de vizinhança, comunidades online e espaços de escuta também ajudam a construir senso de pertencimento e segurança coletiva.
6. Cuidar do corpo para proteger a mente
Alimentação equilibrada, sono de qualidade e atividade física regular ajudam a regular o humor, reduzem a ansiedade e fortalecem o sistema imunológico. Cuidar do corpo é também uma forma de blindar a mente.
Vivemos tempos desafiadores, mas não estamos impotentes. É possível sim cultivar um senso de segurança emocional mesmo diante de realidades difíceis.
Cuidar da saúde mental não é luxo — é necessidade. Em um mundo cada vez mais incerto, manter-se emocionalmente saudável é uma forma poderosa de resistência e autocuidado.
Consulte profissionais habilitados, com situação regular junto ao Conselho Regional de Psicologia.
**Sandra Yamashita**
CRP 06/57.828
@sandrayamashitapsicologa