14/02/2018
O maior de todos os medos é o medo da morte, o medo da extinção.
Quando o sopro abandona o boneco de barro, temos a ilusão de que a vida acabou. Acreditamos que é o boneco de barro que tem vida e não percebemos que é o sopro divino que dá vida a ele. Tal é a origem de nossos medos.
O corpo humano é uma joia preciosa, pois contém o universo inteiro em sua composição; ele existe para abrigar os mistérios; inteligências e energias inimagináveis atuam através dele. Mas seu tempo de duração é curto.
A respiração, os órgãos dos sentidos, os pensamentos, as emoções, as sensações estão conectados ao corpo físico, confirmando a impressão equivocada de que somos de carne e osso.
A mortalidade, a fragilidade desse corpo determina a existência humana sobre a terra.
Existe algum medo que não esteja direta ou indiretamente relacionado com a vida do corpo físico? Vejamos:
- Doenças, acidentes, envelhecimento, pobreza, morte.
- Moradias, alimentos, bebidas, transportes, viagens.
- Trabalho, dinheiro, sustento, comércio, consumo.
- Amores, sexo, relacionamentos, união, separação.
- Gravidez, nascimento, filhos, família.
- Juventude, beleza, atração sexual.
- Riqueza, poder, sucesso, status social.
O invólucro que reveste nossa verdadeira identidade impede que percebamos a realidade dentro de nós. Passamos uma vida nos relacionando através da aparência. É o drama humano, a grande ilusão. Assistimos todos os dias a crianças nascendo e crescendo, jovens cheios de sonhos e vigor, adultos confiantes em suas habilidades e em seu futuro, velhos de bengala e cadeira de rodas com olhares tristes, pessoas doentes muito assustadas, falecimentos, velórios, enterros... E, mesmo assim, continuamos investindo tudo em nossa forma física, acreditando que nunca iremos desaparecer.
Chegamos, finalmente, ao âmago da questão: o que permanece quando o corpo físico desaparece?
A busca por uma verdadeira compreensão trará um novo sentido para a nossa aventura na terra. A resposta a esta questão é a estrela-guia da Alma em sua viagem de retorno.
O eclipse da lua é um fenômeno passageiro, pois o Sol - aparentemente invisível neste momento – continua sua missão divina emanando luz, calor e vida.
Carmem Carvalho e Marian Bleier