13/09/2018
É engraçado quando um ateu nos pede para provar a existência
de Deus. Ele não percebe que seu olhar e sua voz são Divinos! Que cada órgão dos sentidos é uma prova da
existência da Divindade. Que o Invisível se manifesta no visível.
Quando esquecemos um pouco de nossa pessoa social e tudo o
que ela contém, ou seja, quando nossa atenção se concentra especialmente em um
dos órgãos dos sentidos, então a vida se torna pura magia e tudo nos comove e
encanta.
Perceber que algo em nós está vendo o mundo torna o ato de
ver sempre novo: pessoas, animais,
objetos, o dia e a noite, o sol, a lua, quantas descobertas em cada olhar! A
visão é Deus.
Quando nos damos conta de que algo em nós está ouvindo os
sons do mundo, então os sons se tornam milagrosos e passamos a escutar com um forte
sentimento de sagrado. A audição é Deus.
Perceber que algo em nós está tocando e sentindo as formas
de criaturas e objetos, o calor e o frio, o úmido e o seco, o macio e o áspero,
transforma o tato em verdadeiro contato e isso nos enriquece muito. O tato é
Deus.
Quando nossa atenção se concentra nas narinas e nos damos conta
desse algo em nós que percebe os perfumes, os odores agradáveis e
desagradáveis, então o ato de conhecer pelo cheiro nos envolve por inteiro e se
torna uma experiência única e inesquecível. O olfato é Deus.
Tomar consciência de que algo em nós tem a capacidade de
degustar os alimentos, perceber a doçura de um beijo, mergulhar nos sabores incríveis
ao nosso dispor, torna o ato de saborear mágico e poderoso. O paladar é Deus.
Os órgãos dos sentidos podem se tornar um caminho de
conhecimento e iluminação para cada um de nós que se interessa por eles com a
percepção e o sentimento do sagrado que se manifesta através deles. A vida passa
a ser uma festa sempre renovada e nos leva para um contato real com nossa alma,
pois foi Ela que viajou até aqui para desfrutar de tudo e aprender. Nesses
momentos tão preciosos, Ela entra em Estado de Graça.
Podemos escolher, por exemplo, vivenciar especialmente um dos
cinco sentidos a cada dia da semana, e deixar os dois últimos dias para que todos
eles se manifestem livremente em nós. Isso é meditação, isso é caminho
interior, isso é conhecimento direto.
Carmem Carvalho e Marian Bleier