21/06/2018
A energia de vida flui em um eterno movimento. É ela que nos faz correr
incansavelmente de um lado para outro, de um interesse para outro, de um
desejo para outro, em uma pressão sem limites que vai do nascimento à
morte.
Tantos acidentes e equívocos são cometidos ao longo do
tempo! Porque não paramos senão para dormir e, mesmo assim, quantas
noites de insônia povoadas de pensamentos, lembranças e preocupações...!
Se observarmos o mundo à nossa volta, veremos essa corrida
desvairada na maioria das pessoas, sempre buscando algo maior e melhor,
um ganho, uma felicidade futura: na arte, na política, na ciência, nos
relacionamentos etc.
A vida das crianças, então, virou uma
maratona sem sentido e sem limite: aulas de inglês, espanhol, natação,
equitação, música, culinária, terapia, meu Deus!, não existe mais um
segundo de brincadeira livre, de traquinagem tranquila, de um sono bom
depois do almoço.
Desconhecemos por completo o valor do
silêncio e da imobilidade. É uma pena, pois são experiências
fundamentais para uma existência plena e feliz.
Ficar em
silêncio e imóvel, sem fazer nada, vivenciando o delicioso vai e vem da
respiração, mesmo que seja por alguns minutos ao dia, pode fazer uma
enorme diferença em nossa capacidade de atenção e interação com o mundo
interior e exterior. Comece a praticar por cinco minutos; depois, ao
longo do tempo, ao experimentar a sensação de bem-estar e harmonia, o
coração calmo, a paz de espírito, ampliará naturalmente esse período.
Quando
paramos, é possível perceber a pressão absurda da energia de vida que
move tudo dentro e fora de nós. É o motor do movimento no universo
inteiro, não há nada de errado com ela, pois esta é sua função. O
problema é a nossa inconsciência, a escravidão que nos leva de roldão
rio abaixo, para a velhice e a morte. Quando entramos em contato
consciente com essa força motora ela nos retribui generosamente,
iluminando nosso caminho pelo mundo.
Parece uma Meditação? Pois é isso mesmo. É uma suave e agradável prática meditativa. Experimente.
Carmem Carvalho e Marian Bleier